INADIMPLÊNCIA DE ALUGUEL AUMENTA NO BRASIL
A taxa de inadimplência de aluguel no Brasil voltou a subir, registrando 3,15% em abril, após atingir 3,09% em março — o menor valor dos últimos 20 meses —, com variação de 0,06 ponto percentual. Quando comparado com o mesmo período de 2024 (3,86%), a taxa de inadimplência apresenta uma retração de 0,71 ponto percentual. Os dados são do Índice de Inadimplência Locatícia da Superlógica, principal plataforma de soluções tecnológicas e financeiras para os mercados condominial e imobiliário no país.
Os números refletem a realidade de um mercado pressionado por fatores econômicos como inflação, juros altos e perda do poder de compra das famílias. Segundo Manoel Gonçalves, diretor de Negócios para Imobiliárias da Superlógica, “a oscilação registrada durante os primeiros meses do ano mostra que os brasileiros estão sentindo um cenário econômico desafiador, mas, ainda assim, buscam se manter em dias com as contas que não param de chegar”.
“É importante seguir de olho nas projeções de aumento na inflação e nas taxas de juros, que são fatores que podem ser um gatilho para o aumento da inadimplência locatícia e do endividamento em geral nos próximos meses”, completa.
A inadimplência de aluguel no Distrito Federal também voltou a subir em abril deste ano, alcançando 2,84%. O número representa uma leve alta em relação a março, quando a taxa ficou em 2,81%. Apesar da variação de 0,03 ponto percentual, o índice no DF permanece abaixo da média nacional, que foi de 3,15% no mesmo período.
A região Centro-Oeste como um todo também manteve desempenho abaixo da média do país, com uma taxa de inadimplência de 3,12%, reforçando um cenário mais controlado em relação a outras partes do Brasil. As regiões com os maiores índices foram o Nordeste (4,55%) e o Norte (4,45%). Já os menores percentuais foram registrados no Sul (2,50%) e Sudeste (2,94%).
Inadimplência por tipo de imóvel
O levantamento também mostra diferenças entre os tipos de imóveis. Na região Centro-Oeste, a inadimplência em apartamentos subiu para 2,30% — acima da média nacional de 2,08%. Já as casas tiveram redução, caindo de 4,18% em março para 3,73% em abril, embora ainda acima da média nacional (3,48%). Imóveis comerciais na região registraram 4,60% de inadimplência, levemente abaixo dos 4,67% do mês anterior, mas acima da média nacional para o segmento (4,33%).
O índice também revela que a inadimplência varia de acordo com o valor do aluguel. No cenário nacional, imóveis residenciais com aluguel acima de R$ 13 mil registraram a maior taxa (5,42%), enquanto a menor (1,80%) foi observada na faixa de R$ 2 mil a R$ 5 mil. Para imóveis comerciais, os contratos de até R$ 1 mil apresentaram a maior inadimplência (6,87%), e os da faixa de R$ 2 mil a R$ 3 mil, a menor (3,70%).