PMMG APREENDE MAIOR QUANTIDADE DE EXPLOSIVOS DA HISTÓRIA
A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) apreendeu a maior quantidade de material explosivo na história do estado nessa quarta-feira (23). Durante a operação Cerco e Bloqueio, no Bairro São Diogo, na cidade de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, os policiais apreenderam 225 quilos de nitrato de amônia, 84 rolos de cordel detonante, 27 rolos de estopim, caixas de espoletas e um veículo. Um homem e uma mulher foram presos.
O objetivo da operação era prevenir crimes envolvendo a modalidade conhecida como “novo cangaço”. Em um local conhecido por rotas de fuga de criminosos, os militares abordaram o motorista de uma caminhonete, de 57 anos, que alegou estar transportando adubo. No entanto, foram encontrados nove sacos de nitrato de amônia embebidos em óleo diesel, um rolo de aproximadamente 500 metros de cordel detonante e R$ 3,9 mil em espécie. O motorista tentou fugir, agrediu um policial, mas foi perseguido e alcançado já na zona urbana.
Na casa do motorista da caminhonete foram encontrados 84 rolos de cordel detonante, 27 rolos de estopim pirotécnico e diversas caixas de detonadores. Em um guarda-roupa, foram encontrados mais R$ 117 mil em dinheiro e várias caixas de espoletas detonadoras de iniciação. O local foi isolado e uma equipe do esquadrão antibombas do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope-MG) compareceu ao local. O homem e a esposa, de 33 anos, foram presos e conduzidos à delegacia de Polícia Civil (PC) de Teófilo Otoni.
De acordo com a PCMG, o homem teve prisão em flagrante delito ratificada pelos crimes de “possuir, deter, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar; e, desacato”. Já a mulher foi liberada depois de um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), no qual se compromete a comparecer em audiência a ser agendada. A PCMG segue com a investigação.
Combate ao “Novo Cangaço”
A PMMG também tem realizado uma série de treinamentos a fim de preparar os militares para o combate ao chamado “Novo Cangaço” no estado. As diligências acontecem depois de uma agência da Caixa em Guaxupé, no Sul de Minas, ser alvo de explosões na madrugada do dia 8 de abril. A ação dos bandidos deixou os moradores apreensivos. A modalidade criminosa ganhou notoriedade nos últimos anos e replica padrões de ataques coordenados em múltiplas cidades, muitas vezes com bloqueio de vias e uso de explosivos.
No dia 17 deste mês, um simulado de enfrentamento a ataques contra instituições financeiras foi ministrado nas 12 cidades do Centro-Oeste mineiro que integram o 63º Batalhão de Polícia Militar, sendo elas: Arcos, Bambuí, Camacho, Córrego Fundo, Formiga, Iguatama, Itapecerica, Medeiros, Pains, Pimenta, São Sebastião do Oeste e Tapiraí.
Em Itaúna, na mesma região do estado, o treinamento começou no mesmo dia e se encerrou no domingo (20). A dinâmica incluiu desde o deslocamento rápido até técnicas de negociação e desarme, com ênfase na preservação de vidas e na redução de danos patrimoniais. As ações também já aconteceram em Divinópolis, Pará de Minas, Bom Despacho, entre outras cidades do Centro-Oeste.
Ataque em Guaxupé
Em Guaxupé, além de uma agência da Caixa, um quartel da Polícia Militar e a sede da Guarda Municipal foram atacados de forma simultânea. Segundo a PM, um militar estava no quartel e ficou ferido em uma das mãos pelos estilhaços de vidro da entrada da sede. Os tiros também danificaram as paredes do local.
Conforme registros, os suspeitos efetuaram disparos de arma de fogo e usaram explosivos para invadir a agência bancária, localizada na Avenida Doutor João Carlos, no Centro da cidade, a 1h45. Segundo a PM, os suspeitos chegaram em pelo menos cinco veículos e cercaram a área do banco. Não há informações sobre o valor roubado da agência, mas, segundo a Prefeitura de Guaxupé, houve apenas a tentativa de levar o cofre. Um homem suspeito de participar da ação criminosa foi preso em Campinas (SP), segundo o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite.